Muito mais do que música e diversão, os festivais de verão são símbolos de transformação económica e cultural. Transformam cidades, impulsionam negócios, atraem turistas e colocam o país sob os holofotes internacionais.

Os concertos e festivais de verão são muito mais do que celebrações musicais. Em Portugal, estes eventos tornaram-se peças-chave para o crescimento económico. Eventos de renome internacional, como o Rock in Rio Lisboa, NOS Alive e o Primavera Sound, atraem anualmente milhares de pessoas, nacionais e estrangeiras, ávidas por experiências únicas e marcantes.

Os festivais movimentam a economia em diversos setores: da cultura à restauração, passando pelo turismo e pelos transportes. Em 2019, antes da pandemia de COVID-19, o setor da música ao vivo foi responsável por uma receita significativa, com os principais festivais a contribuírem com centenas de milhões de euros para a economia nacional. No entanto, a interrupção dos festivais em 2020 resultou em perdas estimadas de 1,6 mil milhões de euros, de acordo com o relatório da Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST). Este dado demonstra não só a relevância económica dos festivais, mas também o impacto profundo que estas iniciativas têm nas comunidades locais e no país como um todo.

“a interrupção dos festivais em 2020 resultou em perdas estimadas de 1,6 mil milhões de euros”

Portugal é um destino privilegiado para festivais, atraindo turistas de todo o mundo. Além dos concertos, os visitantes aproveitam a oportunidade para explorar as regiões onde os eventos ocorrem contribuindo para o aumento da procura em setores como o turismo e a restauração.

Cidades como Oeiras, que acolhe o NOS Alive, ou Zambujeira do Mar, onde decorre o MEO Sudoeste, registam esgotamento de alojamento durante os festivais, com tarifas que aumentam significativamente devido à elevada procura. Restaurantes e bares próximos aos locais dos eventos relatam aumentos significativos no volume de negócios, com os turistas a experimentar a gastronomia local e a frequentar estabelecimentos durante a estadia. 

O turismo de festivais impulsiona ainda outras atividades, como visitas a pontos turísticos e compras em lojas de artesanato, criando um efeito multiplicador na economia regional. Estes não só geram receitas diretas, como também criam empregos em diferentes setores. Desde a montagem das infraestruturas e da logística até à venda de alimentos e bebidas, um grande número de trabalhadores temporários é contratado para garantir o funcionamento dos eventos. Em muitas regiões, como no caso do Festival do Crato ou do Boom Festival, estes eventos são uma oportunidade única para dinamizar as economias locais. Pequenos comerciantes, produtores locais e empresas de transporte beneficiam diretamente do aumento da procura durante os dias do festival.

“não só geram receitas diretas, como também criam empregos em diferentes setores”

Além disso, em áreas menos urbanizadas, os festivais ajudam a atrair investimentos para a melhoria de infraestruturas e colocam estas regiões em destaque no cenário nacional e internacional. Eventos como o NOS Alive são frequentemente listados entre os melhores festivais da Europa, colocando Portugal no mapa como um destino de música e cultura. Artistas internacionais que atuam nos palcos portugueses frequentemente destacam a hospitalidade e o entusiasmo do público, ajudando a criar uma imagem positiva e atrativa do país. 

Assim, os festivais de verão em Portugal não são apenas eventos culturais; são motores de transformação económica, social e cultural, com um impacto duradouro em múltiplas dimensões. Estes eventos impulsionam a economia, diversificam a base económica e contribuem para a visibilidade internacional do país.