Opinião de Mariana Loureiro
Também incluído no FEPIANO 53, publicado em Dezembro de 2024
Quando pensamos em desporto, a nossa mente liga-nos diretamente à atividade física, à competição e talvez até a uma paixão que sentimos em relação a um determinado desporto. Para além disso, a menos que a nossa profissão esteja diretamente relacionada com o desporto, é hábito pensarmos que, na nossa vida, esta atividade se trata apenas de um contributo para a nossa saúde física e, em alguns casos, uma atividade que nos permite relaxar e abstrair de problemas pessoais. No entanto, não deveria resumir-se a isso.
Na minha opinião, o desporto pode ser (e é!) uma fonte de competências e habilidades pessoais e sociais, ou seja, um conjunto de “soft-skills” imprescindíveis para os indivíduos e, por essa razão, deveria ser mais reconhecido em todos os sentidos.
É do conhecimento geral que qualquer desporto implica um investimento de tempo e dedicação para que se consigam atingir quaisquer resultados. Como tal, o desenvolvimento de capacidades de gestão do tempo torna-se essencial. Para além disso, no que toca aos desportos coletivos, a presença em treinos, jogos e competições revela-se fundamental para o sucesso de toda a equipa. Por este motivo, os desportistas são incentivados a desenvolver espírito de equipa e um sentimento de compromisso e responsabilidade.
Por outro lado, todos os jogos e competições possuem uma característica em comum: a pressão. Nenhum de nós está livre de ter um dia mau, de falhar, de cair ou de cometer um pequeno erro que nos pode custar um bom resultado. Por este motivo, é frequente a sensação de nervosismo, a ansiedade e a dúvida. Assim, a gestão das emoções e a inteligência emocional assumem um papel importantíssimo no desporto, uma vez que se as nossas emoções não forem geridas, os nossos resultados podem não demonstrar a totalidade das nossas capacidades nem revelar o nosso potencial.
Outra faceta da atividade desportiva é a exigência, isto é, a busca constante pelo aperfeiçoamento de técnicas e habilidades, mas também o aumento da dificuldade ambicionada, o que implica resiliência, determinação, empenho, tenacidade e capacidade de reinvenção.
Por todos os motivos evocados acima, retomo a ideia de que a participação em atividades desportivas se trata de uma notável mais-valia para a formação de todos, uma vez que potencia o desenvolvimento de competências altamente relevantes e vantajosas para o mercado de trabalho e para o futuro. Portanto, o desporto deveria ser mais incentivado e valorizado na vida de todos desde cedo, facilitando o acesso a diferentes desportos e promovendo a igualdade de oportunidades.
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