A Fórmula 1 não é apenas um espetáculo de velocidade, mas também um negócio onde o fluxo monetário exerce uma influência significativa nas corridas. Todo este movimento molda não apenas o desporto em pista, mas também todas as decisões estratégicas de equipas e pilotos.

Um dos pilares económicos da categoria são os patrocínios. Grandes marcas dos mais diversos setores investem milhões para ver o seu logotipo estampado nos monolugares ou até nas roupas dos pilotos, recebendo em troca uma alta exposição global, uma vez que a Fórmula 1 é transmitida para centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo. Através desta vertente, pequenas equipas como a Haas conseguem competir com gigantes como a RedBull Racing.

Outro fluxo importante advém dos direitos televisivos, que representam cerca de 40% do rendimento total anual da Fórmula 1. Com o lançamento da série da Netflix “Drive to Survive” as transmissões têm atingido recordes, o que leva as plataformas de streaming e canais de televisão a investir avultados valores para garantir os direitos de transmissão dos Grande Prémios.

Dentro do contexto desportivo da Fórmula 1 também são movimentadas grandes quantias. Segundo o Pacto de Concórdia, os prémios das equipas podem atingir os 50% dos lucros comerciais da F1. Em 2023, a empresa que detém a Fórmula 1, a Liberty Media, relatou que as receitas globais foram de 3,222 mil milhões de dólares, sendo uma parte desse montante distribuída este ano às equipas da grelha.

“A Fórmula 1 é um desporto de elite onde o dinheiro tem um papel fundamental para todos”

A categoria distribui os prémios monetários consoante os resultados desportivos e a história, criando assim uma hierarquia entre as mesmas. Em 2024, a previsão é de que a Ferrari receba a quantia mais alta, cerca de 208 milhões de dólares, que reflete a sua importância histórica no desporto. A segunda equipa que mais recebe é a atual campeã mundial, a Red Bull Racing, cerca de 184 milhões de dólares. No outro extremo, temos a Alpine e a Sauber/Stake F1, que devido ao desempenho desportivo e decisões de negócios recebem montantes mais pequenos.

Este sistema de distribuição é motivo de discórdia pois cria um ciclo vicioso: as equipas mais bem sucedidas continuam a crescer e dominar enquanto as restantes enfrentam dificuldades em desenvolver carros competitivos devido à falta de recursos financeiros.  Para tentar contrariar este facto, a Fórmula 1 introduziu o teto orçamental. Desde o ano de 2021, as equipas têm de seguir um orçamento limite para despesas anuais de cerca de 140 milhões de dólares. Embora as equipas mais ricas não concordem com a medida, esta está a tornar o desporto mais competitivo e equilibrado.

A Fórmula 1 é um desporto de elite onde o dinheiro tem um papel fundamental para todos os que competem, sendo os patrocínios e os direitos televisivos as principais fontes de rendimento. No entanto, com as recentes mudanças, nomeadamente o teto orçamental, o desporto pode estar a levar um novo rumo tendo como destino um mundo mais inclusivo, justo e competitivo. No fim das contas, a categoria não é apenas um palco de pilotos destemidos e espetáculos a alta velocidade, é um mundo de muitos interesses económicos que moldam toda a história do desporto.