Carina Seabra - Marketeer nBanks
Também incluído no FEPIANO 53, publicado em Dezembro de 2024
A Inteligência Artificial é, cada vez em mais contextos, reconhecida como uma aliada. Descubra agora como também o desporto se enquadra nesta nova realidade digital.
O tema da Inteligência Artificial (AI) tem escalado particularmente nos últimos anos, com uma aceleração surpreendente. A sua crescente capacidade de ação, identificação e reprodução tem sido aproveitada para a reconversão de paradigmas, como disso fazem proveito as fintechs. Desde as tarefas mais simples às mais complexas, hoje há um envolvimento expansivo desta tecnologia no quotidiano do indivíduo. Tem, igualmente, sido vista como oportunidade de negócio pelas empresas, que desde cedo reconhecem o seu potencial transformador nos seus negócios. “A IA é hoje uma realidade inevitável, iminente e invisível à qual a prática desportiva não foge” – Patrícia Borges
O desporto, conhecido pelo entusiasmo e resiliência humana, acolhe agora uma nova ferramenta, por vezes com alguma resistência pela perceção de “acabar com o término imprevisível do jogo, imprescindível e que entusiasma qualquer amante do desporto”. Contudo, abrem-se novas possibilidades e é já aliada desde os processos de arbitragem à gestão de desempenho e evolução dos atletas. Um exemplo é o apoio aos árbitros, muitas vezes sujeitos a tolerâncias ínfimas nos erros que cometem. Assim, “A IA intervém na posição objetiva do jogo, nunca podendo substituir o humano.”
Marcelo Tripoli, comentador de inovação, reconhece: “veio para todos, com uma precisão, que vai desde a arbitragem à performance”. Assume que nestes primeiros jogos olímpicos com IA “todos os atletas receberam tecnologia para se preparar”.
Há, assim, três fatores a manter presentes:
1 – Na arbitragem as decisões são rápidas e podem mudar o rumo do jogo e foi a consciência disso que motivou a FIFA a introduzir ferramentas com vista a auxiliar o árbitro”. Para a ginasta Jordan Chiles, recentemente despida de um bronze olímpico, está a atuar no combate ao “conflito de interesses” da figura humana. “Os dados mostraram que as tecnologias melhoraram drasticamente a tomada de decisão (…) como mostram o Goal Line Tech e o video árbitro (…)”. A ferramenta de scout e avaliação de performance tem sido já explorada em diferentes desportos, desde a ginástica ao boxe, esgrima e futebol, no aumento da precisão e consistência e minimização de erros.
2 – Numa ótica de inclusão e transparência foi saudado pela UEFA o português Futebol Clube do Porto, pelo desenvolvimento do seu Portal da Transparência, “plataforma pioneira no futebol português que agrega toda informação relevante sobre negócios estruturantes” do clube. Além disso, a tecnologia abre também este espaço (estatuto de atleta olímpico) outrora elitizado a novos elementos, diz Sarah Vickers, Diretora do Gabinete Olímpico e Paralímpico da Intel, que explorou já este instrumento para detetar os potenciais “atletas olímpicos do futuro”.
O reforço das medidas de compliance cada vez mais presentes na realidade complexa da gestão financeira desportiva é outro exemplo. Agora com o apoio de tecnologia e IA como Softwares de gestão financeira, os clubes têm como facilitar o cumprimento de regras de fair play financeiro da UEFA e outras entidades.
“Em Portugal, o Rio Ave já escolheu simplificar esta etapa e transformar um cenário complexo, com grande volume de dados para processamento e análise, apoiando-se na tecnologia para automação e a otimização de processos e garantindo o cumprimento de previsões orçamentais e fiscais, previsão de cenários futuros e agregação de informação para a tomada de decisão informada” – Orlando Costa, CEO nBanks
Mediante esta rápida e dinâmica expansividade, nos diferentes quadrantes da vida em sociedade descobrem-se continuamente mais campos de jogo para a Inteligência Artificial golear.
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