O Festival Eurovisão da Canção é já um ícone cultural do velho continente. Ao longo de 65 anos, a sua história ajustou-se à história europeia e, a cada edição, traz novidades para proporcionar às famílias o melhor do entretenimento.
O Festival Eurovisão da Canção teve a sua primeira edição no ano de 1956, na Suíça. Contando já com 64 edições e anos de história, este concurso foi originalmente criado com a intenção de unir os países europeus. Na sua estreia, o concurso contou com a participação de apenas 7 países. Contudo, este número teve um crescimento generalizado ao longo dos anos, chegando já a ultrapassar a marca de 40 participantes nas últimas edições.
Cruzando décadas, a história do Festival Eurovisão da Canção funde-se com a história da própria Europa e adapta-se aos desenvolvimentos políticos e culturais. Um ótimo exemplo deste acompanhamento passa pela integração dos países resultantes da partição da Jugoslávia após uma série de guerras civis. Em 1961, a Jugoslávia fez então a sua estreia no Festival Eurovisão da Canção e, após a sua desintegração, alguns dos países daí resultantes participaram no Festival: Croácia, Bósnia-Herzegovina e Eslovénia iniciaram a sua jornada eurovisiva em 1992, Macedónia do Norte estreou-se em 1998 assim como Sérvia e Montenegro, em 2004.
No total, já subiram ao palco eurovisivo 52 países provenientes de 4 continentes diferentes. Isto, porque o concurso está aberto a todos os países cujas televisões nacionais são membros ou associados da União Europeia de Radiodifusão. Deste modo, países como a Turquia ou Marrocos já tiveram participações no concurso, assim como a Austrália, que é convidada a participar desde 2015. De entre todos os participantes, já se sagraram vencedores vinte e seis países. Entre eles, encontra-se o nosso Portugal.
Apesar de determos apenas uma vitória, conquistada em 2017 com a brilhante interpretação de “Amar pelos Dois” por Salvador Sobral, a história eurovisiva do nosso país remonta a tempos antigos. Na realidade, a primeira participação portuguesa deu-se em 1964, quando António Calvário nos representou em Copenhaga com a canção “Oração”. Importa ainda destacar o número de participações do país no festival: por cinquenta e uma edições Portugal subiu ao palco eurovisivo. Contudo, nunca foi particularmente bem-sucedido e prova disso é o facto de, até 2017, apenas 9 canções portuguesas terem alcançado um lugar no top 10 das respetivas edições. Ainda que malsucedidas internacionalmente, muitas das músicas que representaram o país além-fronteiras tornaram-se símbolos nacionais. Talvez o melhor exemplo disso seja mesmo a música “E depois do adeus”, interpretada por Paulo de Carvalho em 1974, que, apesar de nos conduzir ao final da tabela eurovisiva, nos deu a chave para a liberdade. Esta é a única canção da história da Eurovisão que, de facto, iniciou uma revolução. A 25 de abril do mesmo ano, esta foi usada como senha para o começo das operações militares da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura no país.
Este ano, assinalar-se-ia a 65.ª edição do certame. Contudo, foi anunciado o seu cancelamento devido à pandemia de COVID-19. Pela primeira vez desde a sua estreia, o evento anual não será realizado. No entanto, em 2021, o Festival Eurovisão da Canção estará de volta e promete espalhar música e alegria por toda a Europa.
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