O papel da mulher na política tem evoluído significativamente ao longo das últimas décadas, mas, mesmo assim, os desafios para alcançar a verdadeira igualdade ainda persistem. Neste artigo, iremos explorar o impacto, as barreiras e as conquistas femininas na esfera política global.

A representatividade feminina na política é essencial para a construção de uma democracia mais inclusiva. Apesar de avanços significativos, as mulheres ainda enfrentam desafios estruturais e culturais que limitam a sua participação. A sub-representação feminina em cargos de liderança não só perpetua as desigualdades de género, mas também compromete a diversidade de perspetivas necessária para uma governação equilibrada.

Historicamente, as mulheres enfrentaram exclusão da vida pública, sendo apenas no século XX que começaram a conquistar direitos políticos em muitas regiões do mundo, após longas lutas e movimentos feministas que exigiam a igualdade de direitos. Em Portugal, a primeira mulher deputada foi eleita em 1934, marcando um pequeno passo num caminho ainda longo. Fruto deste caminho,

Nas mais recentes eleições legislativas, as mulheres representam um total de 33,6% dos deputados eleitos para o Parlamento,”

menos que em 2022, o que reflete o caminho, ainda longo, a percorrer para alcançar a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no contexto político. Globalmente, mulheres como Margaret Thatcher, Benazir Bhutto e, mais recentemente, Jacinda Ardern, provaram que lideranças femininas podem transformar sociedades e desafiar estereótipos.

Apesar dessas conquistas, dados recentes da Comissão Europeia revelam que apenas 26% dos deputados parlamentares globais são mulheres, o que reflete a clara sub-representação das mulheres na política. Em muitas culturas, a participação política feminina é desincentivada por normas sociais, discriminação e falta de apoio institucional. Isto porque, a ideia de que as mulheres não são “feitas” para cargos de liderança é, ainda, uma crença enraizada em diversas sociedades. A violência política de género é outro fator alarmante, com mulheres a serem alvo de ataques verbais simplesmente por ocuparem cargos políticos.

Para superar essas barreiras, é crucial investir em educação e formação, promovendo programas que empoderem as mulheres desde cedo e incentivem a sua participação cívica e política. Além disso, cotas de género têm demonstrado ser uma ferramenta eficaz para aumentar a participação feminina na esfera política, bem como no contexto empresarial. Políticas públicas que apoiem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, como licenças parentais e políticas de trabalho flexíveis justas e acessíveis, são também essenciais para remover as barreiras estruturais que possam impedir as mulheres de alcançarem cargos na política.

É fundamental que as gerações futuras cresçam com a perceção de que as mulheres têm tanto espaço na política quanto os homens. Para tal, é necessário um esforço contínuo no sentido de educar e moldar a sociedade a valorizar as mulheres e as suas opiniões, nomeadamente, políticas, desconstruindo os estereótipos existentes. A mudança de mentalidade é crucial para garantir que as mulheres não sejam subestimadas ou ignoradas no decorrer de decisões políticas. O caminho para a igualdade de género plena ainda é longo, mas cada passo é uma conquista que aproxima o mundo de uma realidade mais justa e inclusiva, na qual as mulheres têm as mesmas oportunidades e viabilidade que os homens para influenciar e decidir sobre questões que afetam a sociedade como um todo.