Ter um fundo de emergência é o primeiro passo de uma boa gestão financeira pessoal. É essencial para garantir segurança financeira e evitar problemas causados por imprevistos. 

Um fundo de emergência é uma reserva financeira destinada a cobrir despesas inesperadas. Em algum momento da vida surgirá uma situação imprevista, pelo que é essencial ter uma “almofada” financeira para esses momentos. Pode tratar-se de um desemprego repentino, problemas de saúde, despesas médicas inesperadas, reparações urgentes do carro, da casa, entre outros. Dado que são situações imprevisíveis, é fundamental dispor de instrumentos que ajudem a lidar com essas dificuldades.

Ter um fundo de emergência reduz significativamente o stress financeiro em momentos de aperto, pois permite enfrentar dificuldades. Além disso, evita que se recorra ao endividamento através de cartões de crédito ou empréstimos, que frequentemente acarretam juros elevados e aumentam os custos a longo prazo. Com esta reserva, é possível gerir emergências sem comprometer os planos financeiros. Em tempos de crise, os preços das ações tendem a baixar, criando boas oportunidades de compra. Ter um fundo de emergência permite aproveitar essas oportunidades sem comprometer a estabilidade financeira. Sem essa reserva, não só podemos ser forçados a vender investimentos num momento desfavorável, como também perdemos a chance de comprar a preços mais baixos. Portanto, este fundo assume ainda maior importância em tempos de incerteza, como períodos de crise económica. A pandemia, por exemplo, evidenciou a relevância de dispor de um complemento financeiro para enfrentar períodos de menor rendimento ou despesas inesperadas.

“este fundo assume ainda maior importância em tempos de incerteza”

Uma das dúvidas mais comuns prende-se com o montante a reservar. A realidade é que esse valor depende de vários fatores. Um trabalhador independente, por ter rendimentos mais instáveis, deve adotar uma abordagem mais cautelosa. Da mesma forma que quem tem dependentes ou despesas fixas elevadas necessita de uma reserva mais robusta. 

Segundo o Doutor Finanças, (2019), para definir o valor adequado do fundo de emergência, o primeiro passo é analisar as despesas mensais e identificar o montante necessário para cobrir os gastos essenciais. O recomendado para um trabalhador por conta de outrem, com uma situação estável, é poupar o equivalente a pelo menos seis meses de despesas. No caso de trabalhadores independentes ou em situações mais instáveis, o ideal é garantir uma reserva que cubra doze meses de despesas, assegurando uma maior proteção financeira.

“esta reserva só deve ser utilizada em casos realmente urgentes”

O fundo de emergência deve estar guardado numa poupança de baixo risco e com liquidez imediata, pois o seu objetivo não é a rentabilização, mas sim a segurança e acessibilidade em caso de necessidade. Deve também estar separado da conta corrente para evitar gastos desnecessários, mas, ao mesmo tempo, acessível para situações de emergência. O mais importante é ter consciência de que esta reserva só deve ser utilizada em casos realmente urgentes, garantindo assim estabilidade financeira e tranquilidade perante imprevistos.