Dezembro de 2017 marcou o início da tão aguardada e necessária reestruturação da FEP. Depois de ano e meio de permanência nos monoblocos temporários, também chamados por muitos de “contentores”, as opiniões dividem-se no que diz respeito à qualidade e viabilidade desta solução.

Segundo a visão de muitos, o facto de a faculdade ter estado a funcionar em monoblocos teve impacto, não só nos atuais alunos, como também noutros possíveis candidatos que não teriam chegado a concluir a sua inscrição, devido à falta de condições materiais que, alegadamente, se verificaram neste ano e meio. Enquanto caloira do primeiro ano, devo dizer que sempre considerei os monoblocos como uma solução eficiente e confortável, não comprometendo a minha vontade de estudar na FEP nem pondo em causa a qualidade do ensino desta instituição. Mantendo em mente que a faculdade, não só preencheu todas as vagas, como voltou registar a maior média nacional na área da economia e da gestão, este argumento apresenta-se fraco e infundado.

Por outro lado, muitos criticam a qualidade dos monoblocos, considerando que estes apresentavam falhas tão profundas que comprometiam a qualidade das aulas. Ficaram famosas nas redes sociais as situações insólitas em que voaram portas, choveu dentro de salas, caíram tetos, entre outras. Considero injusto julgar toda a performance de um ano e meio dos monoblocos através destes episódios. Questiono-me se haveria alguma solução melhor, considerando o custo económico possível de suportar, a rapidez e urgência da edificação dos contentores, o número de alunos e professores da faculdade e todas as normas legais que tinham de ser cumpridas, e concluo que não.

Para além disso, considero relevante realçar que, em certos aspetos, as salas dos monoblocos apresentavam uma qualidade bastante superior aos auditórios do edifício antigo, por estarem equipadas com ar condicionado e serem espaços mais pequenos, e por isso propícios a uma maior aproximação entre professores e alunos.

Para concluir, e em seguimento dos argumentos apresentados anteriormente, acredito que os monoblocos constituíram uma solução eficiente, dentro dos possíveis, e estiveram à altura do desafio – encontrar rapidamente um espaço onde quase dois mil alunos pudessem usufruir das aulas da FEP com a mesma qualidade a que a faculdade os tinha habituado. Considero justo dizer que, de alguma forma, e algum dia, todos teremos algumas saudades dos “contentores”.