Carina Seabra
Também incluído no FEPIANO 50, publicado em Fevereiro de 2024
Decorreu, no Auditório do Teatro Municipal de Ourém, o 19º Encontro Nacional de Associações Juvenis. O evento estabeleceu a ponte entre o Associativismo e a Economia Circular, reunindo cerca de 800 jovens, figuras políticas e parceiros, numa reflexão e discussão ativa sobre o tema.
A Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ), promoveu, no início de novembro, em Ourém, o 19º Encontro Nacional de Associações Juvenis (ENAJ). O evento, precedido pelo Fórum Nacional “Juventudes e o Poder Local”, contou com um momento de abertura de âmbito musical, cabendo, de seguida, a Rui Unas, apresentador do dia, a introdução aos discursos de Luís Miguel Albuquerque, Presidente da Câmara de Ourém, João Paulo Correia, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, e Marco Santos, Presidente da FNAJ.
Luís Miguel Albuquerque destaca, desde logo, a “riqueza associativa de Ourém”, apelando à envolvência dos jovens nos órgãos diretivos. O Presidente da FNAJ, agradecendo o apoio do município no acolhimento dos cerca de 800 jovens, com representação de todas as regiões do país, mobilizados para a discussão sobre o impacto do movimento na economia circular, enquadra o tema na “cauda dos acontecimentos da atualidade: incidentes internacionais, solidariedade, economia social, mudança, transformação digital”. Aplaude, ainda, o recém-anunciado reforço financeiro, em 5 p.p., nos programas de fundo de apoio ao associativismo juvenil, apelando à atualização da Lei do Associativismo e criação de um estatuto trabalhador-dirigente. Reflete, por fim, sobre o trabalho nas políticas públicas a necessidade de “partilha de informação para a capacitação, partilha de boas práticas e comemoração do trabalho realizado”. João Paulo Correia termina a sessão inicial indicando que, para o Governo, “O Associativismo está bem vivo e representativo”, destacando uma iniciativa que terá levado à ONU, tendo sido reconhecida pelas boas práticas da participação cívica e envolvência dos jovens na política e reconhecendo a importância do 25 de abril para o escalar do movimento. Entre temas como o
cartão jovem, a crise da habitação e a taxa de desemprego entre os mais jovens, destacou, ainda, a sustentabilidade “nas decisões políticas, ambiental, social e económica”.
Coube ao Secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campo, a primeira sessão plenária, que abordou o desenvolvimento e impacto da tecnologia, nomeadamente a de informação de dados e a inteligência artificial, no país, sem excluir, contudo, os seus riscos e desafios.
Durante a tarde, o Painel da Economia Social, Igualdade e Participação Cívica, representado por Sara Casaca, Eduardo Graça e Carla Tavares explorou a economia do trabalho e das organizações e a (des)igualdade de género. Seguiu-se uma sessão de boas práticas associativas, com o apoio de José Manuel Fernandes, Joana Lima e José Manuel Fernandes, com destaque para a inovação social, os projetos que têm surgido neste âmbito, e o investimento no setor. Inês Alexandre assumiu o palco, dando seguimento ao tema com a apresentação do projeto Transformers, descrevendo como “Um pequeno grupo de putos com o espírito certo pode ter a convicção necessária” neste contexto. Por fim, antes da mostra gastronómica que encerrou as atividades, algumas das associações tiveram a oportunidade de se apresentar: Nós; União Académica de Avintes; A nossa voz; Associação de Engenharia e Gestão Industrial de Aveiro; VO.U.; Eu + Tu = Muitos; Projeto Ruído; Casa da Abóbora; Libermente; Gerar Oportunidades; Moju; YouthForChange; ACF.
No Domingo deu-se lugar à apresentação da carta Jovem FNAJ20230 e a uma mesa-redonda que contou com os representantes distritais de Federações de Associações Juvenis.
O evento contou, no seu todo, com a participação de grupos no âmbito da promoção da cultura. O apoio de entidades como o IPDJ foi, também, reconhecido pelos presentes. Destaca-se, ainda, a interpretação em Língua Gestual Portuguesa, no decorrer de todo o evento, bem como a alusão aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, presentes quer nos discursos, quer na decoração do espaço, como elementos de promoção da consciencialização e da inclusão.
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