Opinião de João Tavares
Também incluído no FEPIANO 44, publicado em Outubro de 2021
Ao estudares num dos mestrados da FEP lecionados em inglês, tens a possibilidade de integrar a rede QTEM. Com base na minha experiência como estudante desta rede, neste artigo, dou-te a conhecer o seu funcionamento, assim como as principais vantagens e desvantagens de pertencer a este programa.
A FEP é uma das escolas que integra a rede QTEM (Quantitative Techniques for Economics and Management), uma rede internacional formada por um grupo de universidades de referência, situadas em quatro continentes. A sua missão é desenvolver as competências quantitativas dos estudantes num contexto internacional. Lançada em 2012, conta já com mais de 20 universidades e com um grupo notável de empresas parceiras.
Ao ingressares no programa, e após passares pelo menos o primeiro semestre do teu mestrado na FEP, poderás completar até dois semestres letivos fora do país, em universidades da rede à tua escolha. A escolha do plano de estudos estará sempre subordinada às regras do mestrado que frequentares, às quais se acrescentam alguns requisitos exigidos pela rede (notavelmente, quanto ao teor quantitativo das disciplinas). Mesmo assim, os estudantes usufruem de uma grande flexibilidade na escolha do seu currículo – aliás, atrevo-me a dizer que não há dois estudantes QTEM com percursos iguais! Durante o programa, terás ainda de participar numa competição internacional de análise de dados (o Global Business Analytics Challenge, ou GBAC) e de realizar um estágio com teor quantitativo, o que pode ser feito em Portugal ou no exterior.
No âmbito dos requisitos, é oportuno referir que a entrada no programa também está condicionada. Especificamente, este destina-se apenas a alunos que frequentem um mestrado lecionado em inglês (o que inclui a English track do Mestrado em Economia) e, entre outros aspetos, exige-se uma classificação superior a 650 no exame GMAT (ou o equivalente no GRE). Para mais informações, podes aceder ao site da FEP, clicar em “Internacional” (na página inicial, ao centro) e, de seguida, em “Rede QTEM” (no grupo “Programas Internacionais”). Para saberes mais sobre a rede, o portal QTEM (qtem.org) é muito útil (nomeadamente o separador “Students”).
O programa QTEM, de facto, oferece uma oportunidade única para desenvolveres um vasto leque de competências, das analíticas às soft skills, mergulhado num ambiente internacional. Tudo isto com um custo convidativo (sobretudo quando comparado com a frequência de um programa completo no exterior) e com a confiança de que terás um ensino de qualidade para onde quer que vás. No campo das desvantagens, destaco uma carga de trabalho potencialmente mais elevada, em particular, devido à realização do estágio e à participação no GBAC. Além disso, as despesas associadas às experiências internacionais podem tornar-se avultadas e, embora estas possam ser compensadas por bolsas de mobilidade (nos destinos aplicáveis), raramente o são na totalidade.
Em suma, o QTEM é uma experiência de aprendizagem única a vários níveis e, embora haja alguns pontos menos positivos a considerar, julgo ser uma oportunidade a ter em conta, sobretudo se tens interesse em tópicos mais quantitativos e procuras uma experiência de mestrado diferente.
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