Se precisas de um assunto para debateres de forma mais descontraída no teu grupo de amigos, aqui vai uma sugestão: ler o livro ou ver o filme? Com qual começar?

A verdade é que cada vez mais livros são adaptados para a indústria como, por exemplo, “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen ou “A Rapariga no Comboio” de Paula Hawkins.

Posso dar-te algumas pistas do que provavelmente vai acontecer. Por um lado, vai haver aqueles que já nem colocam em questão ler o livro, principalmente se tiver mais de 300 páginas, pois para estas pessoas o filme é um bom resumo da história em geral. Mas atenção: pode acontecer alguém ler o livro primeiro e não gostar da história, tendo por consequência a falta de interesse em ver o filme. Por outro lado, também vão existir aqueles que preferem ler primeiro o livro e, só depois, ver o filme. Porém, preciso de avisar-te que desta ótica existirá sempre alguma coisa errada ou em falta no filme. Na maior parte das vezes, para eles o livro é melhor.

A questão é que independentemente de leres o livro ou de veres o filme primeiro, uma coisa é certa: vais sempre tender a compará-los. Muitas vezes, não é possível compilar o livro em 2 horas de filme e por isso é que muitas cenas são cortadas ou alteradas.

No secundário existem algumas obras que estudámos na integra, como “Os Maias” de Eça de Queirós. Se após se ler o livro, procurar-se ver o filme, poderá ser uma boa ajuda para condensar as ideias principais da narrativa. Por outro lado, se o aluno não demonstrar muito interesse por ler o livro e começar por ver o filme, poderá ser-lhe mais apelativo ler o livro.

No meu ponto de vista, por norma costumo ler o livro primeiro e só depois ver o filme, porque assim consigo ser surpreendida pelo final do livro. Há uns anos atrás costumava fazer o contrário, ou seja, ver o filme e, se gostasse, ler o livro. Porém, percebi que, para mim, não era o mais indicado a fazer, uma vez que como já sabia o final da história, não lia os últimos capítulos do livro. Um livro que me recordo perfeitamente disto ter acontecido foi “A Culpa é das Estrelas” de John Green.

Contudo, com o confinamento, estava muito tempo em frente aos ecrãs luminosos e, ao fim do dia, a forma que eu tinha para passar o tempo era a ler. Cheguei à conclusão que tinha imensos livros em casa que me tinham oferecido e que nunca tinha lido, e, portanto, procurei dar-lhes utilidade. Na realidade, ler tornou-se num dos meus hábitos favoritos. 

Uma coisa é certa, o livro e o filme geram experiências diferentes. Ao ler o livro temos a liberdade de idealizar as personagens e o próprio ambiente. Porém, muitas vezes (e depois de se ler o livro) é com o filme que compreendemos melhor essas personagens.

Em suma, eu acredito que o mais importante seja “consumir” cultura. Se é através de filmes, séries, livros, peças de teatro ou debates, isso já é secundário e depende de cada um e da sua predisposição para tal. 

A cultura incentiva à reflexão, confrontando-nos com outras realidades e procurando a mudança de cada um de nós, através da capacidade de sonhar e idealizar.