A economia chinesa sofreu várias alterações ao longo dos anos. Durante a maior parte da sua existência, a economia estava baseada na agricultura e a população produzia principalmente arroz e trigo. No entanto, a China acabou por se tornar um dos maiores impérios do mundo, desempenhando um papel crucial no comércio com o ocidente. Os governos chineses, ao longo das últimas décadas, implementaram uma série de políticas económicas focadas no crescimento e globalização.

Crescimento do PIB: Durante o período de 1979 a 1997, o PIB da China cresceu em média 10% ao ano.

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Fonte: World Bank national accounts data, and OECD National Accounts data files, valores expressos em percentagem

A partir de 1978, sob a liderança de Deng Xiaoping, a China iniciou reformas económicas cruciais para promover a liberalização dos setores económicos, abrindo-se ao investimento estrangeiro e ao comércio internacional. Estas medidas ficaram conhecidas como “As quatro modernizações” e visavam fortalecer os setores da agricultura, indústria, defesa e ciência e tecnologia.

No que toca à agricultura, foram criados sistemas de responsabilidade individual das terras agrícolas, o que incentivou os produtores a aumentar a sua eficiência e, em consequência, a produtividade. O contrato de responsabilização constituiu uma reforma fundamental na agricultura, já que a gestão económica foi devolvida às famílias.

O setor industrial sofreu um movimento no sentido da privatização e descentralização. Foi criada uma categoria empresarial, geti gongshang hu (proprietários individuais de empresas industriais ou comerciais).

Também no final dos anos 70 do séc. XX, foram criadas as ZEEs (zonas económicas exclusivas), cidades utilizadas pelo governo chinês como cobaias para a utilização de novas políticas económicas, que seriam demasiado radicais para serem aplicadas no país inteiro de uma vez só. Muitas dessas políticas eram baseadas em conceitos mais liberais e atrativas para investidores estrangeiros. Ao longo dos anos, o número de ZEEs foi aumentado devido ao sucesso desta política, destacando-se as cidades de Shenzhen, Zhuhai e Xiamen.

Em 1979, a China introduziu uma política de controlo de natalidade, a política do Filho Único. Esta política tinha como objetivo o controlo demográfico populacional, mas acabou por se tornar uma medida bastante controversa, sendo que, até hoje, é discutido se os seus efeitos foram positivos ou negativos para a economia do país.

Nas últimas duas décadas do século XX, assistimos também a um considerável êxodo rural e urbanização, que acompanhou toda esta evolução e crescimento chinês.

Mais tarde, o ano de 2001, ficou marcado pela entrada da China na OMC (Organização Mundial do Comércio), que muito contribuiu para a sua abertura, uma vez que foram implementadas reformas de forma a atrair investimento estrangeiro e remover restrições aduaneiras – desde logo uma redução dos direitos alfandegários, comprometendo-se a China a eliminar as quotas de importação e as restrições quantitativas nos cinco anos seguintes à adesão. Em segundo lugar, a redução dos direitos aplicáveis aos produtos agrícolas para 14,5% e a remoção dos respetivos subsídios à exportação.

Em terceiro lugar, uma abertura significativa dos serviços financeiros à concorrência internacional, possibilitando aos bancos estrangeiros prestarem serviços na moeda local, para as empresas, nos dois anos seguintes à adesão e nos cinco anos a seguir para os particulares. Em quarto lugar, a redução das taxas aplicáveis aos produtos industriais para 9,4% e a eliminação de restrições aos direitos de importação e distribuição que impendem sobre os setores grossista e retalhista. No setor automóvel, removeram os direitos alfandegários até 2006, sendo permitido às empresas estrangeiras prestarem serviços de reparação e de assistência técnica, sem a utilização de intermediários locais.

Foram feitos fortes investimentos no desenvolvimento de infraestruturas, como estradas, portos, ferrovias… É importante destacar a “Nova Rota da Seda” (The One Belt, One Road Initiative), um projeto criado em 2013 com o objetivo de facilitar o comércio e a cooperação de outros países com a China. A Rota da Seda era um conceito já existente na China Antiga –  resumiam-se a rotas usadas para transporte de mercadorias, conectando diferentes mercados e culturas distintas. A seda era o principal produto comercializado pela China, daí o seu nome. A Nova Rota da Seda tem o mesmo conceito, mas adaptado aos dias de hoje.

Este projeto é caracterizado pela construção de rotas terrestres e marítimas, como estradas, portos e ferrovias, mas também gasodutos de energia. Para além disso, promove a cooperação económica com o objetivo de aumentar os acordos comerciais e o investimento no estrangeiro. É importante referir também as iniciativas ao desenvolvimento tecnológico, como é exemplo o encorajamento aos países a adotarem as suas ofertas tecnológicas, como a rede 5G alimentada pela gigante das telecomunicações Huawei.

Em suma, a ambição global da China para a nova rota da seda é surpreendente: até à data, 147 países, que representam dois terços da população mundial e 40% do PIB global, aderiram a projetos ou manifestaram interesse em fazê-lo.

Fonte: Development Center; Green Belt and Road Initiative Center; Belt and Road Portal.

Concluindo, uma aplicação de um conjunto de políticas de economia de mercado, acompanhada de investimentos maciços no desenvolvimento tecnológico e na educação, que complementaram todas estas políticas, provocou, numa China que anteriormente tinha um governo comunista e fechado ao exterior, um crescimento económico exponencial.