Maria Gomes
Também incluído no FEPIANO 48, publicado em Fevereiro de 2023
No passado dia 11 de setembro foram divulgadas as colocações da 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Foi possível contabilizar um total de 61 507 candidaturas, o que se traduz num decréscimo de 3,9% relativamente a 2021, que contou com 64 004 candidatos.
Nesta primeira fase, foram admitidos 49 806 novos estudantes no ensino superior público, um número que supera os 49 452 registados no ano antecedente, um aumento de 0,7%.
Também se aufere que 81% dos candidatos à primeira fase já se encontram colocados. Ressalva-se que 84% dos mesmos encontram-se colocados numa das suas três primeiras opções: 52% entraram na primeira e 20% na segunda.
Quanto ao número total de vagas disponíveis, este concurso ao ensino superior contou com 54641 vagas iniciais e 5284 vagas sobrantes para segunda fase. Verifica-se, então, um decréscimo no número de vagas em geral, pois ambos os valores são inferiores aos constatados no ano anterior que foram de 55 307 e 6393, respetivamente.
No que diz respeito às Instituições do Ensino Superior, a que mais se destacou pelo número de vagas disponibilizadas foi a Universidade de Lisboa, com 7 526 vagas, porém, insuficientes para os 9918 candidatos que concorreram a esta instituição como primeira opção. É de salientar que o número de vagas sobrantes foi somente de 79.
Mais a norte do país, um cenário semelhante verifica-se, sendo agora a Universidade do Porto (UP) a protagonista. Foi a instituição com o segundo maior número de vagas disponibilizadas, 4 674, também este inferior aos candidatos que concorreram como primeira opção, 8504. Ressalvo que o número de vagas sobrantes foi de 71.
Por outro lado, verifica-se um excesso de oferta noutras instituições. A Universidade dos Açores, a Universidade da Beira Interior, a Universidade de Évora e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro são ilustrativas da situação, pois registaram o fenómeno oposto: o número de candidatos que concorreram como primeira opção para estas universidades foi inferior ao número de vagas concedidas.
Assim, onde por um lado denomina o excesso de procura, noutros cantos do território verifica-se o fenómeno oposto, o excesso de oferta.
Nestes últimos parágrafos, dando especial atenção a certas universidades, entende-se que a polarização entre as zonas do Porto e de Lisboa conduz à procura por um maior número de estudantes de instituições nestes centros, seja por serem zonas com maior densidade populacional, por oferecem um maior número de vagas, pela especificidade dos cursos, ou por outras razões que os candidatos ponderem.
Relativamente aos cursos com as médias mais altas, destaca-se o de Medicina do Instituto Abel Salazar da Universidade do Porto, com 18,9 valores.
Por fim, destaco que todos os dados utilizados para a elaboração deste artigo tiveram por base as estatísticas da DGES relativamente à primeira fase das colocações no Ensino Superior e que a elaboração deste artigo data de outubro de 2022.
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