Mais de 200 mil peregrinos já se inscreveram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se irá realizar entre 1 e 6 de agosto de 2023, em Lisboa.

A JMJ é uma iniciativa católica, mais concretamente do Papa João Paulo II, impulsionador da sua primeira edição em 1986, que visa, desde o seu nascimento, criar uma ponte entre a doutrina e a aprendizagem da mesma, com o ambiente festivo e acolhedor característico da população mais jovem. Assim, como é indicado no site oficial da JMJ, “visa proporcionar a todos os participantes uma experiência de Igreja universal, fomentando o encontro pessoal”, fazendo-o entre os jovens e entre estes e o próprio Papa.

Consoante a edição, tanto o local como o tema da Jornada, vão mudando, sendo ambos escolhidos pelo Santo Padre. Em 2023, o sítio escolhido é a capital portuguesa e o tema assenta na citação bíblia “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39). É nesta que também o hino e o logótipo se inspiraram. A mensagem principal de todos estes simbolismos é, de acordo com Beatriz Roque Antunes, um apelo aos jovens para que “não se acomodem e que sejam, sempre, protagonistas da construção de um mundo mais justo e fraterno”.

Desde novembro de 2021 que os símbolos da JMJ, a cruz e o ícone “Salus Populi Romani”, peregrinam Portugal e não só…Começam o seu percurso no Algarve, passando pelo Porto e chegando até a acompanhar os jovens na sua peregrinação europeia a Santiago de Compostela, sendo que no mês de dezembro, encontraram casa junto das Forças Armadas e de Segurança. Esta “viagem”, que junta centenas de crentes e não crentes, termina apenas em julho de 2023, quando os símbolos chegarem a Lisboa.

É sabido que ao longo dos anos mais recentes (por causa das grandes mudanças na mentalidade das novas gerações e das não tão grandes feitas pela Igreja), a comunidade cristã tem perdido, de forma substancial, aquilo que era o seu público de outros tempos. Neste momento, a quantidade de inscrições é de, sensivelmente, 200.000 pessoas. Este número, embora não seja pequeno, fica um pouco aquém do que seria expectável, por exemplo, há uma década. Por essa razão, o Bispo de Lisboa, D. Américo Aguiar, fez um apelo: “Nós temos que fazer caminho, cada um e com todos, e é daí que nasce Cristo vivo, vida plena, vida total, que nos ilumina, nos fortalece, nos encoraja. E é esse Cristo vivo que nós queremos que os jovens do mundo inteiro encontrem em Lisboa, na JMJ, mas para isso acontecer eles têm de ser convidados, para isso acontecer eles têm de ser contagiados, para isso acontecer todos nós temos de ser portadores de convite”. 

Com esta mensagem em mente, Portugal (e toda a comunidade que direta ou indiretamente se envolve neste enorme projeto) está de braços abertos para acolher os peregrinos, o Papa e aquilo que a JMJ representa/promove: “a paz, a união e a fraternidade entre os povos e as nações de todo o mundo”, num período em que delas desesperadamente precisamos.